quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Livros do mês de novembro



Livro recomendado para o 4º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.

Muita poesia e, sobretudo, muita da melhor poesia portuguesa é melancólica, reflexiva ou triste e veste-se frequentemente com a roupagem dos cânticos de ausências, de saudade ou de despedida. Pouco frequente será a poesia que celebra momentos de júbilo, de alegria e de felicidade. Haverá quem diga que quando se está feliz não se escreve, não se tem tempo para o desenho oficinal das palavras .Quando a felicidade nos ocupa por inteiro não precisaremos de palavras para viver em estado de pura poesia. Nesta antologia podemos encontrar casos extraordinários de poesia feliz. Ou melhor, de poesia escrita em estado de felicidade. A acompanhar o livro vai um CD áudio com a declamação dos pemas. Porque é certo que muita poesia se apreende melhor pela musicalidade da língua e foi encostados a uma voz que muitos de nós descobrimos a festa da poesia. Esperamos que, na sequência dos títulos já publicados "Poemas com Animais" e "Poemas da Natureza", estes "Poemas para um dia Feliz" constituam uma porta amável e convidativa para todos os que ensaiam a sua entrada no mundo maravilhoso da poesia em Língua Portuguesa.


José Fanha nasceu em Lisboa e licenciou-se em arquitetura. Poeta e declamador, participou em milhares de sessões de animação cultural, acompanhando o grupo dos chamados badaleiros, em que participavam José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais, Manuel Freire, José Jorge Letria, Carlos Alberto Moniz, Fausto, entre outros. É autor de histórias e poesia para a infância, dramaturgo e dramaturgista, autor de letras para canções e textos para rádio, guionista de televisão e cinema. Tem dirigido Oficinas de Poesia e de Escrita além de desenvolver trabalho intenso de divulgação de poesia e promoção do livro e da leitura em Bibliotecas e escolas um pouco por todo o país.



A acção decorre no Ribatejo, numa quinta onde se criam toiros. 
A mãe está a morrer e cada um dos filhos fala e conta a sua história, que se cruza com a história dos outros. 
Francisco, que odeia os irmãos e espera apropriar-se de tudo quando a mãe morrer; João, o preferido da mãe, pedófilo, que engata rapazinhos no Parque Eduardo VII; Beatriz, que engravidou e teve de casar cedo; Ana, a mais inteligente, drogada e frequentadora dos mais sinistros lugares onde se trafica droga. 
Há ainda a figura do pai, que vai perdendo ao jogo a fortuna da família, na obsessão de que o número 17 lhe há-de trazer a sorte. 
E finalmente Mercília, a criada que os criou a todos e que sabe todos os segredos.


Escritor português nascido em 1942, em Lisboa. Ficcionista e autor de alguns ensaios literários que equacionam a análise psicológica com a criação artística. Formado em Medicina Psiquiátrica, exerceu actividade clínica durante a guerra colonial em Angola, e, posteriormente, em Lisboa, no Hospital Miguel Bombarda. Depois da publicação de Os Cus de Judas (1979), tornou-se um dos mais traduzidos e internacionalmente reconhecidos romancistas portugueses contemporâneos, tendo sido o convidado de honra do "Carrefour des Littératures" realizado em Maio de 2002. A partir desse romance, que fecha uma trilogia de inspiração autobiográfica, que, com Conhecimento do Inferno e Memória de Elefante, descrevia uma descida aos infernos, desde a experiência da guerra colonial até à perda do amor e ao regresso a um mundo de loucos, Lobo Antunes aperfeiçoa, durante a década de oitenta, uma cada vez maior desenvoltura na subversão das convenções narrativas quer do ponto de vista temático quer formal, o que culminaria com o fulgurante sucesso de Auto dos Danados , editado em 1985, obra galardoada com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. O constante cruzamento de vozes e a multiplicação dos pontos de vista; o livre encadeamento dos substratos temporais; a desarticulação da sintaxe narrativa; a metaforização insólita e frequentemente erotizada das descrições; a auto-referencialidade e intertextualidade; a versatilidade de articulação de diversos registos de linguagem e a utilização de um léxico sem censuras, frequentemente agressivo e injurioso; ou a individualização de anti-heróis através dos quais se perspectiva uma realidade abjecta, social, histórica e moralmente degradada, são alguns dos traços que consubstanciaram, desde então, a novidade trazida pela novelística de António Lobo Antunes. Ao mesmo tempo, a autognose cruel do país pré e pós-revolucionário é feita com uma violência e negatividade tais que visam, não o lirismo de uma revolta impotente, mas, pelo contrário, tocando o humor negro, a anulação de qualquer sentimentalismo na dessacralização das imagens de um passado recente e na análise lúcida da loucura e desmoronamento colectivos. Na edição dos prémios União Latina de 2003, o escritor foi distinguido com o prémio de Literatura pelo conjunto da sua obra, que foi definida pelo presidente do júri como "a voz mais expressiva" da realidade portuguesa. Em 2004, pelo seu livro Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo (2003), foi galardoado com o prémio Fernando Namora. Em Março de 2007 foi distinguido com o Prémio Camões, o mais importante galardão literário em Língua Portuguesa, no valor de 100 mil euros. 
Ontem Não Te Vi Em Babilónia, publicado em 2006, é o seu último romance.


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