No dia em que Leopoldo fez oito anos, os pais ofereceram-lhe dois livros,
tal como acontecia em todos os aniversários desde que tinha nascido! Leopoldo
sentiu-se tão triste e infeliz... não gostava mesmo nada de ler. Sempre que
tentava fazê-lo, as letras começavam a misturar-se umas nas outras numa grande
confusão de rabiscos pretos sem qualquer significado. Mas os pais não entendiam
o seu problema e insistiam tanto para que ele lesse que um dia Leopoldo decide
fugir de casa! É então que conhece alguém muito especial, um grande amigo, que
descobre o que realmente se passa com ele e juntos começam a partilhar muitas e
muitas páginas de aventuras, sonhos e fantasia...
O Menino Que Não Gostava de Ler é outro exemplo do excelente trabalho
feito por Susanna Tamaro na literatura infantil.
Susanna Tamaro nasceu em Trieste,
Itália, no ano de 1957. Formou-se em Realização no Centro Experimental de
Cinematografia de Roma. Durante dez anos trabalhou para a televisão como
realizadora de documentários científicos. Atualmente, é uma das escritoras italianas
mais conhecidas e aclamadas em todo o mundo, e o conjunto da sua obra, que
inclui títulos bem conhecidos do público português - Vai Aonde Te Leva o Coração, Com
a Cabeça nas Nuvens, Para Uma Voz Só,
Escuta a Minha Voz ou Regresso a Casa - vendeu vários milhões
de exemplares à escala mundial.
Teatro ao mesmo tempo político e existencial, de idéias e de emoções, a
dramaturgia de José Saramago, moldada em diálogos afiados e ritmo musical,
confirma a sua maestria na criação de situações reveladoras das contradições
éticas e sociais. Este volume reúne três peças teatrais.
Na primeira, quando retorna das Índias, Luís de Camões tem que negociar
com a obtusa Inquisição e com a medíocre corte de Lisboa a permissão para
publicar a obra maior da língua portuguesa, Os
Lusíadas. Na segunda, um redator antifascista vê a redação do jornal
conservador em que trabalha transformar-se num microcosmos de Portugal na noite
da Revolução dos Cravos em 1974. Na terceira, são Francisco de Assis volta à
terra nos dias de hoje e encontra a sua ordem transformada numa empresa
gigantesca e lucrativa.
Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga,
província do Ribatejo, no dia 16
de Novembro de 1922, se bem que o registo
oficial mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para
Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua
vida decorreu na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem
numerosas e, por vezes, prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades
económicas, não pode prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro
mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da
saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu
primeiro livro, um romance, Terra do Pecado, em 1947, tendo estado
depois largo tempo sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa
editora, onde exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou
como crítico literário na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da
redação do jornal Diário de Lisboa,
onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano,
o suplemento cultural daquele vespertino.
Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi,
de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de
Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi diretor-adjunto do jornal Diário
de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho
literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río
em 1988 e em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua
residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das
Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.
José Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010.
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