Dez
da manhã. Venho da serra.
Três
graus negativos.
Mãos
frias, coração quente
Quanta
vez isto dizias
Com o
teu ar sorridente
Aquentando-me
as mãos frias
Agora
decerto tenho
Num
braseiro, num vulcão
O
frio é tanto, é tamanho
Que a
pena cai-me da mão
Queria
dizer-te o que penso
E o
que faço e premedito
Mas
posso lá ser extenso
Com
este frio, frio maldito
Tu
perdoas certamente
Tu
não te zangas, pois não?
Mãos
frias, coração quente
Lá
diz o velho rifão
Augusto Gil
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