quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Poema do mês de outubro

RESINEIRO
Resineiro que percorre o bosque
De pinheiro em pinheiro
Com chuva e frio
Com calor e brisa
Homens solitários
Subindo e descendo montanhas
Golpeando as árvores
Com um toque certeiro
A árvore lacrimeja
Mas não chora
É um golpe de mestria
Pinga que pinga
Resina que escoa
Lenta como o tempo
Resina que se mistura com o ar
Que fica sólida
Resineiro de lata, ferro e espátula
Resineiro que canta e assobia
Umas vezes só e outras tantas em grupo
Zeca Afonso, o grande poeta
Que escreveu “Resineiro Engraçado”
Dedicado a esta tão nobre profissão
No meio do bosque
Ao nascer do sol
Surge o Javali
Agressivo e protetor
Das crias que escondia
Resineiros de garra
De pedras em punho
Tentam a caça
A comida na mesa não é farta
As suas crias clamam alimento
Que grande ceia, este Javali
Numa simbiose estranha
Javali ou lobo
Cantam e dançam
Com o resineiro
Cumplicidade da natureza
É o bosque encantado
Que brinda o resineiro
Com miragens fabulosas
Histórias de encantar
Ar saudável
Alimentam a alma
E as noites no lume
Da lareira que aquece as crias
Do resineiro.  
                                                                                      
          Autor: O Visconde

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